quarta-feira, 29 de julho de 2015

Paranavaí prioriza carros. Tendência no mundo é priorizar pessoas!


Paranavaí prioriza carros. Estuda mudar o sentido do estacionamento  na rua Getúlio Vargas, conforme reportagem de hoje do jornalista Adão Ribeiro, Diário do Noroeste.


Nada de novo, e sim algo que está sendo deixado de lado em todo mundo, para priorizar as pessoas no espaço urbano.
 

Veja o que diz Natália Garcia, do projeto Cidades para Pessoas:
“Na prefeitura de Copenhagen há um ‘Departamento de Vida Urbana, que tem como meta aumentar e melhorar as viagens feitas a pé na cidade. Em São Paulo, a Companhia de Engenharia de Tráfego possui um ‘Índice de Eficiência da Rua’, medido pelo número de carros que circulam pela via, e trabalha para garantir a fluidez desses veículos. Está na hora de priorizar as pessoas na administração pública.”

O movimento para priorizar pessoas e não os veículos não ocorre só em Copenhagen: é tendência mundial. Apenas para dar alguns exemplos, Londres aderiu às “zonas 30″ e reduziu em 40% o número de acidentes; Nova York construiu centenas que quilômetros de ciclovias, rapidamente e valorizou o espaço público nos últimos anos; Sevilha, na Espanha, implantou 160 quilômetros de infraestrutura cicloviária, em apenas um ano e meio, retirando vagas de estacionamento ou faixas de automóvel na maioria dos casos.
Com estrutura viária e cultura de tráfego automotor que lembram as nossas, a vizinha a Argentina implantou 140 km de ciclovias em sua capital Buenos Aires de forma simplificada e barata, mesclando ciclofaixas sem segregação, ciclovias e uso de calçadas.
Ainda na América Latina, temos outro exemplo, bastante importante: Bogotá, na Colômbia, que alargou as calçadas, priorizou o transporte público, construiu 350 km de ciclovias e reduziu o número de homicídios de 82 a cada 100 mil habitantes para 16, em 10 anos. A experiência da capital colombiana mostra que fomentar o uso da bicicleta, remodelando a cidade e incentivando o uso do espaço público, afeta positivamente a segurança.
“As calçadas e as ciclovias mostram respeito pelos cidadãos mais pobres, mostram claramente que o Estado(município) está se preocupando, construindo igualdade e construindo legitimidade, e quando há mais legitimidade na organização social as pessoas cumprem mais as normas”, disse Enrique Peñalosa nesta entrevista a Renata Falzoni, em março de 2010.

São Paulo, aliás, já conta com mais de uma centena de quilômetros de ciclovia na parte central da cidade. Curitiba, Maringá, avançam nesse requisito! 

Ou seja, priorizar as pessoas não só reduz o número de acidentes, como também promove igualdade social, diminuindo a violência na cidade. Uma cidade melhor para todos começa por valorizar o cidadão.

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